Pragas no milho: um problema que afecta a produtividade ?
A cultura do milho representa, nos tempos actuais, uma das mais importantes culturas arvenses em Portugal e no mundo. Esta cultura pode ser associada à produção de silagem mas também à produção de grão que tem ganho nos últimos tempos uma expressão considerável. Por essa razão,a cultura do milho afirma-se actualmente como um dos casos mais evidentes do potencial produtivo da agricultura de regadio, contribuindo dessa maneira para a vitalidade da economia nacional e mundial. Por todos os factores anteriormente enunciados, e importante conhecer as principais pragas no milho e os seus danos para dessa forma minimizar as consequentes quebras de produtividade e rendimento.
A ensilagem define-se por um método de produção da silagem que está assente na conservação da forragem para alimentação animal. Este processo de produção de silagem consiste na fermentação láctica da matéria vegetal da cultura do milho durante a qual são produzidos ácido láctico e outros ácidos orgânicos. Estes, causam a diminuição do pH até valores inferiores a 5 e a criação de anaerobiose (ausência de oxigénio).
Com o principal objectivo de tornar os nosso leitores mais informados acerca deste tema, apresentamos neste artigo algumas das principais pragas que podem afectar a o milho bem como as suas principais características morfológicas e produtivas.
1. Broca do milho
A broca do milho é uma das pragas no milho mais importantes, afectando em Portugal cerca de 50% da área de produção.
Os principais danos desta praga são em folhas, caules e na espiga, o que acabe por afectar significativamente a sua capacidade produtiva bem como diminuir a sua resistência à acama, sendo por isso as plantas de milho mais susceptíveis a “tombar”. Associado a esta praga está também a presença de micotoxinas nas espigas do milho, o que se pode revelar extremamente prejudicial e causador do decréscimo de qualidade nutricional na alimentação humana e principalmente na animal.
Quando os ataques desta praga se dão em plantas ainda num estado de desenvolvimento precoce, geralmente provocam a morte das folhas centrais.
2. Roscas ou Nóctuas
No que diz respeito às nóctuas ou roscas, quando se encontram no estado larvar, alimentam-se principalmente das folhas do milho.
No entanto, é também muito frequente os estragos causados por esta espécie se alargarem ao nível do solo (raiz/pé da planta). Tal ataque deste tipo de pragas no milho, leva posteriormente a que as plantas acabem por murchar e sua posterior morte.
No estado larvar, esta espécie pode destruir várias plantas mesmo que em pequeno número. Os seus ataques são muito perigosos e devem ser alvo de grande preocupação por parte do agricultor uma vez que quando aparecem, na maior parte dos casos, de forma massiva, destroem grande parte da cultura.
Os seus ataques às plantas de milho são maioritariamente feitos de noite, optando os seus indivíduos por se esconderem de dia, junto ao pé da planta.
3. Afídios
Conhecidos de forma mais geral como piolhos ou pulgões, os afídios são uma das pragas no milho caracterizadas pela produção de melada, que posteriormente origina o aparecimento da fumagina.
Estes insectos são responsáveis pela deformação e enrolamento das folhas das plantas de milho, podendo as espigas também serem atacadas. Caso a população desta praga seja elevada, pode originar perdas consideráveis do rendimento final.7
Alimentam-se da seiva do milho e as formigas alimentam-se da melada produzida pelos afídios.
4. Pirale do milho
A pirale do milho, quando se encontra nos últimos instares do seu ciclo de vida, fica alojada no caule da planta ou na espiga de milho e provoca estragos muito preocupantes para o agricultor.
Esta espécie no seu estado larvar “escava” túneis que causam o rompimento dos caules e das flores masculinas das plantas de milho.
Os locais por onde estas lagartas entram é um vector de desenvolvimento de agentes patogénicos que posteriormente causam o apodrecimento das espiga.
5. Alfinete: uma das pragas no milho com maior expressão
O Alfinete (espécie predominante Agriotes spp) é uma das pragas no milho que causa mais estragos, uma vez que os seus ataques são maioritariamente ao nível do solo e por isso atacando as partes das plantas nessa parte. Nas plantas de milho mais jovens, os ataques acontecem maioritariamente através da germinação, que pode estender-se por um longo período. O modo de actuação destas larvas é o seguinte: “agarram-se” ao colo da planta de milho, perfurando-a e alimentando-se dela.
Os seus ataques podem destruir grande parte da cultura do milho, sendo por isso esta praga alvo de grande preocupação. Normalmente, existem duas épocas do ano em que as larvas sobem para as camadas superiores do solo e planta (início da Primavera e Outono). Nos solos mais secos, os prejuízos com esta praga costumas ser muito superiores, sendo os solos mais húmidos óptimos para imobilizar a praga.
Fonte: ACientistaAgricola